3. Aspectos técnicos

A Estrada de Ferro Tocantins desenvolveu-se pela margem esquerda do Rio Tocantins, com extensão de 117,2 quilômetros de Tucuruí (ex-Alcobaça) a Jatobal.

Com desvios e linhas auxiliares, a quilometragem de suas linhas era da ordem de 120,1 quilômetros.

Havia um ramal de 1,5KM ligando o KM 117 às instalações de uma indústria de mogno em Jatobal, e um pequeno desvio para uma pedreira situada no KM 80.

Sua bitola era de um metro, a rampa máxima de 2% e o raio mínimo de 150 metros.

A Estrada de Ferro Tocantins possuía trilhos de 32kg/m entre os quilômetros zero e seis e de 18 a 20kg/m no restante da linha; no ramal da serraria, em Jatobal, havia trilhos de 20kg/m.

Em 1959, pelo menos 50% dos trilhos de 18 a 20g/m se encontravam completamente deformados e precisavam ser substituídos; as talas de junção deixavam muito a desejar. A dormentação da estrada era muito precária, sendo que o número de dormentes imprestáveis era muito elevado.

A Estrada de Ferro Tocantins não possuía lastro de pedra, sendo implantada a pedreira para sanear esta dificuldade.

O Engenheiro Heitor Pombo de Chermont Rayol, do DNE (Departamento Nacional de Estradas de Ferro), em relatório que apresentou ao ministro da Viação, sobre inspeção realizada na Estrada de Ferro Tocantins, relatou:

"A linha acompanha o rio até o km 14; distancia-se a partir desse ponto, correndo a cerca de 10 quilômetros até perto de Jatobal, altura em que se aproxima de novo, a fim de alcançar o porto de baldeação das mercadorias, das embarcações para os vagões ferroviários e vice-versa.

Apesar de marginar em grande extensão o rio Tocantins, sujeito a grandes enchentes, e de atravessar certas partes bastante baixas e cortadas por numerosos rios e riachos, também sujeitos a enchentes, não fica a linha coberta pelas águas dos rios, a não ser no km 14, onde nas enchentes máximas, fica submersa por pequenos espaços de tempo e numa extensão de cerca de 400 metros."

Fontes:

1. Centenário das Ferrovias Brasileiras
2. Estradas de Ferro do Brasil 1959
3. Estradas de Ferro do Brasil 1960

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